QUEM SOMOS E NO QUE CREMOS.

"E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações."
Atos 2.42 NTLH

Somos um grupo de pessoas que amando a Deus e uns aos outros decidiu se reunir semanalmente na cidade de Itajaí-SC. Nossos encontros acontecem nas casas ou em outros ambientes informais.
Primamos pela alegria e informalidade, aspectos próprios do viver comunitário e daquela expressão viva da igreja do primeiro século.

Desejamos viver como igreja orgânica, isto é, um corpo formado por pessoas e dons diversos, mas ligadas ao mesmo Deus e Palavra. Nessa diversidade temos a liberdade de expressar nossas habilidades para a glória do Senhor.

Somos um grupo simples, que não está preocupado com a institucionalização das formas e práticas. Acreditamos que o verdadeiro culto acontece na vida, no nosso ir e vir diário, e que os encontros coletivos são apenas uma parte desse viver em adoração (ver Jo 4.20-24).

Somos um grupo aberto àquelas pessoas que desejarem nos conhecer e viver a vida cristã sem uma roupagem formal e religiosa, mas cheia de vida e paz.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

“MISTÉRIO” (Reflexão: Efésios 5.21-33)



A vivência da igreja simples (orgânica) em muito se assemelha a dinâmica familiar. Isso se dá entre outros fatores, pela proximidade e envolvimento entre os irmãos. Paulo destaca varias semelhanças entre a relacionamento conjugal e a relação entre Cristo e a Igreja. Neste sentido, podemos compreender os muitos desafios inerentes àquilo que o apostolo chama de “mistério” (v. 32).
De fato, tanto a relação conjugal quanto a comunhão entre os membros do Corpo, estão imersas em “mistérios”. Isso porque, há muitas coisas a serem descobertas e outras tantas que jamais descobriremos (entenderemos), ainda que empenhemo-nos ao máximo.
Reflitamos sobre algumas questões “misteriosas” do ser igreja, a semelhança da “misteriosa” relação conjugal.
O mistério implícito nas diferenças. Como no casamento, ser igreja com outros irmãos, é mergulhar no “mistério” da relação entre diferentes. Nessa caminhada, há vários princípios norteadores, entre os quais se destacam o amor e a submissão. Tais diferenças podem ser tanto uma oportunidade de crescimento quanto (infelizmente) razão para inúmeros conflitos de relacionamento e ideias.
A verdade é que, não há a mínima possibilidade de sermos igreja sem encararmos e convivermos com as diferenças. Manter comunhão uns com outros não significa plena fusão, mas, a disposição para amar e submeter-se continuamente.
Como no casamento: “o que Deus uniu” (os membros do Corpo) não pode ser separado por questões secundárias ou meros gostos pessoais. Podemos dizer que, na Igreja, fomos “casados” uns com outros, para a unidade de partes (membros) distintas.
O “mistério” revelado nos diferentes papéis. Cristo é a cabeça do corpo e o homem o cabeça da mulher. Devemos estar sujeitos a Cristo e uns aos outros, e o combustível para tal é o amor. Quem é amado (igreja/esposa) se sujeita, pois quem ama não impõe sua autoridade (Cristo/marido).
Nesta relação há papéis e responsabilidades definidas, de modo que uma parte (membro) não deve se sobrepor nem se desvalorizar em relação às demais. Cada um recebeu pelo menos um dom para cooperar com a edificação (ver 1 Pe 4.10). Quando cada um assume suas responsabilidades e respeita os outros, a caminhada se torna mais leve e edificante, tornando-se um testemunho vivo para os que estão de fora (ver At 2.47).
O “misterioso” dilema entre o ideal e o real. O relacionamento entre marido e mulher é cercado de ideais e desafios, envolto em certa dose de paixão e atração. É comum cada uma das partes desenvolverem certas expectativas em relação às outras. No entanto, com o passar do tempo percebe-se que muitos dos ideais estabelecidos, sucumbem ante a realidade da caminhada. O fato, é que há um enorme abismo entre o ideal e o real, mas ambos caminham de mãos dadas em qualquer relação; seja no casamento ou na vivencia como igreja.
Temos um ideal de amor pelo o Senhor e uns pelos outros, mas nem sempre alcançamos o mesmo.
Objetivamos estar mais integrados e participativos na caminhada, todavia, há inúmeras questões diárias que nos impossibilitam.
Desejamos deixar as amarras religiosas (institucionais), mas frequentemente nos vemos presos a questões inimagináveis, como: tradições, ritos e “achismos”.
Muitas vezes somos como o marido que afirma amar a esposa, porém se contradiz com seu autoritarismo e insensibilidade ante questões do cotidiano ou como a esposa que se expõe por amor, mas não ama a ponto de se sujeitar (colocar-se sob a missão do marido).
Idealizamos a irmandade no convívio e no compartilhar, no entanto, nem sempre nos sensibilizamos diante de necessidades explicitas.
O ideal e o real fazem parte do cotidiano terreno, quer aceitemos ou não.
O “mistério” dos diferentes contextos. O casamento e a igreja unem pessoas e histórias distintas. Na ultima, podemos encontrar todas as classes, raças, culturas, formações, etc. O Corpo de Cristo é o centro da celebração das diferenças.
Isso se evidencia de maneira concreta nas peculiaridades de cada igreja (grupo). Ainda que se reúnam na mesma ou cidade ou bairro, é possível que cada um deles apresente características distintas. Este “mistério” pode manifestar-se por meio do estilo da reunião, da musica, da pratica dos dons e de muitas outras maneiras.
Os diversos contextos geram uma diversidade de manifestações do modo de ser igreja. Sendo assim, necessitamos de sensibilidade para aceitar os diferentes e suas diferenças.
Uma das maiores agressões ao verdadeiro espírito de comunidade é a tentativa de impor certos costumes e praticas com sendo aplicáveis a todos os contextos. Isso se trata de falta de entendimento a respeito do Corpo de Cristo e sua multiplicidade (ver 1 Co 12.12-31, Ef 4.11-16).
Devemos encarar o desafio de separar os princípios (mandamentos) divinos, das questões culturais, geográficas, históricas, gostos pessoais e tantas outras coisas. Os princípios divinos serão sempre imexíveis, as demais questões dependerão sempre do contexto.
Continuemos a caminhada envolta nestes e tantos outros “mistérios”. guardemos a fé, a esperança e o amor; discernindo e sendo discernidos na comunhão com o Senhor e com uns com os outros. Assim seremos aperfeiçoados segundo a vontade daquele que nos “escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Ef 1.4).
Riva

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