QUEM SOMOS E NO QUE CREMOS.

"E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações."
Atos 2.42 NTLH

Somos um grupo de pessoas que amando a Deus e uns aos outros decidiu se reunir semanalmente na cidade de Itajaí-SC. Nossos encontros acontecem nas casas ou em outros ambientes informais.
Primamos pela alegria e informalidade, aspectos próprios do viver comunitário e daquela expressão viva da igreja do primeiro século.

Desejamos viver como igreja orgânica, isto é, um corpo formado por pessoas e dons diversos, mas ligadas ao mesmo Deus e Palavra. Nessa diversidade temos a liberdade de expressar nossas habilidades para a glória do Senhor.

Somos um grupo simples, que não está preocupado com a institucionalização das formas e práticas. Acreditamos que o verdadeiro culto acontece na vida, no nosso ir e vir diário, e que os encontros coletivos são apenas uma parte desse viver em adoração (ver Jo 4.20-24).

Somos um grupo aberto àquelas pessoas que desejarem nos conhecer e viver a vida cristã sem uma roupagem formal e religiosa, mas cheia de vida e paz.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

NA CAMINHADA



“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.18-20).

 Muito se fala em pregar o evangelho, e de fato é essa é uma das tarefas a nós outorgadas pelo Senhor. Todavia, boa parte do que é dito refere-se à proclamação como o desenvolvimento de determinadas estratégias visando “alcançar” os “não alcançados”. Tomados pela ânsia de realizar programas capazes de cumprir tais estratégias, a maioria das pessoas tende a pelo menos uma destas coisas:

 Há aqueles (como fiz outrora) que, movidos por sentimentos e intenções diversas, abandonam o ritmo de vida “normal” que levavam (viver em família, estudar, trabalhar, etc) e saem para uma suposta “dedicação exclusiva” à pregação. Alguns começam frequentando seminários e outras escolas, a fim de serem “formados” para a tarefa. Quero deixar claro que não sou totalmente avesso às escolas teológicas, pois eu mesmo frequentei uma. Tenho resalvas com muito do que é ensinado (doutrinas espúrias). Mas acredito que ninguém precisa mudar seu estilo de vida para se tornar um proclamador do evangelho. Deus não nos chama para sermos profissionais da fé. Ele apenas nos capacita com dons para o serviço.

 Outros por sua vez, se acham distantes do primeiro grupo, e impossibilitados de anunciar o evangelho. Acabam se tornando meros frequentadores ou consumidores dos inúmeros eventos e produtos (muitos destes gerados pelos tais “profissionais” fé).
A verdade é que o texto exposto acima não nos propõe nenhuma das duas opções. Jesus convidou seus discípulos para uma caminhada: “Vão”, “indo” (v. 19). Cada um deve seguir sua própria jornada, e proclamar o evangelho ao longo do percurso. Não há necessidade de abandonarmos a realidade na qual estamos inseridos (trabalho, estudos, etc), muito menos nos afastarmos das pessoas com as quais convivemos. Devemos seguir o modelo proposto pelo Mestre durante sua jornada terrena, “fazendo discípulos” por onde passarmos.

 É bem verdade que algumas pessoas dedicam-se exclusivamente ao ministério, como o fez Paulo; mas, isso não as torna diferentes, nem as coloca numa posição de responsabilidades e privilégios diferenciados. Quem assume tal condição, deve servir ao Senhor e aos irmãos de maneira humilde e sincera conforme o dom que recebeu do Espírito (ver 1 Pe 4.10). Tal entrega não deve ocorrer por emoção ou pressão de pessoas ou sistemas, mas pala capacitação do Senhor e o reconhecimento do dom por parte da igreja.

 Os desafios são múltiplos: “proclamar”, “fazer discípulos”, “batizar”, “ensinar”, etc. Não se trata de uma rotina religiosa, e sim de uma caminhada diária conforme propôs Jesus. A medida que fazemos isso, o Senhor acrescenta os que vão sendo salvos (ver At 2.47). Um estilo de vida segundo o evangelho de Jesus é a melhor forma de transmitirmos o evangelho às pessoas a nossa volta, como respondeu Lutero ao sapateiro que lhe perguntou: “Como servir a Deus e ser um cristão melhor? Faça um bom sapato e venda por um preço justo!” Por meio de nós o Senhor manifesta sua gloria aos homens e atraí os eleitos ao arrependimento por meio da pregação do evangelho.

Viva! Caminhe! Proclame o evangelho!
 
Riva

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Um testemunho verídico de um EX...



Um amigo me perguntou: "Por quê você não frequenta mais a igreja?"

Deixei frequentar (participa) da igreja denominacional (institucional) da qual fiz parte mais de vinte anos. Algumas razões que me levaram a isso, são as seguintes:

1. Com o passar do tempo fui compreendendo que a Igreja de Jesus é um corpo, e não instituição ou prédio. Sendo assim, passei a me encontrar com outros irmãos que apenas queriam estar juntos em adoração ao Senhor, sem as prerrogativas denominacionais.

2. Passei a defender as doutrinas da graça (teologia reformada), e percebi que a grade maioria das pessoas a minha volta não as aceitava. Constatei, que a preferência era pela mensagem centrada no bem estar do homem, e não na soberania divina.

3. Optei por ser e agir como um cidadão "comum". Isto implicou em abandonar a carteirinha pastoral, títulos, cargos, salários, etc. Voltei ao mercado de trabalho, passando a sustentar minha família, como faziam os demais irmãos.

4. Em dado momento percebi que não conseguia mais participar dos cultos em formato teatral, nem ouvir e cantar a maior parte das canções (pois muitas delas exaltavam o homem). Estar nestas reuniões passou a ser um peso, pois não me encaixava mais no modelo.

5. Conclui que devia deixar de ser um pregador "pulpitocentrico", estilo professor ou filósofo. Minha preferência passou a ser compartilhar a Palavra na caminhada com os irmãos, sendo mais um entre eles e com eles.

6. Em suma, deixei de participar da igreja institucional (mesmo ciente que lá, há muitos eleitos de Deus) por considerar que não podia mais continuar sendo evangélico, pois ser evangélico se tornou algo muito estranho ao evangelho de Jesus.

Assim como fazer parte da igreja institucional não significa necessariamente fazer parte da igreja de Jesus, deixá-la, também não significa deixar o corpo. Quem faz parte do corpo, jamais deixará de ser membro do mesmo.

Riva

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

“MISTÉRIO” (Reflexão: Efésios 5.21-33)



A vivência da igreja simples (orgânica) em muito se assemelha a dinâmica familiar. Isso se dá entre outros fatores, pela proximidade e envolvimento entre os irmãos. Paulo destaca varias semelhanças entre a relacionamento conjugal e a relação entre Cristo e a Igreja. Neste sentido, podemos compreender os muitos desafios inerentes àquilo que o apostolo chama de “mistério” (v. 32).
De fato, tanto a relação conjugal quanto a comunhão entre os membros do Corpo, estão imersas em “mistérios”. Isso porque, há muitas coisas a serem descobertas e outras tantas que jamais descobriremos (entenderemos), ainda que empenhemo-nos ao máximo.
Reflitamos sobre algumas questões “misteriosas” do ser igreja, a semelhança da “misteriosa” relação conjugal.
O mistério implícito nas diferenças. Como no casamento, ser igreja com outros irmãos, é mergulhar no “mistério” da relação entre diferentes. Nessa caminhada, há vários princípios norteadores, entre os quais se destacam o amor e a submissão. Tais diferenças podem ser tanto uma oportunidade de crescimento quanto (infelizmente) razão para inúmeros conflitos de relacionamento e ideias.
A verdade é que, não há a mínima possibilidade de sermos igreja sem encararmos e convivermos com as diferenças. Manter comunhão uns com outros não significa plena fusão, mas, a disposição para amar e submeter-se continuamente.
Como no casamento: “o que Deus uniu” (os membros do Corpo) não pode ser separado por questões secundárias ou meros gostos pessoais. Podemos dizer que, na Igreja, fomos “casados” uns com outros, para a unidade de partes (membros) distintas.
O “mistério” revelado nos diferentes papéis. Cristo é a cabeça do corpo e o homem o cabeça da mulher. Devemos estar sujeitos a Cristo e uns aos outros, e o combustível para tal é o amor. Quem é amado (igreja/esposa) se sujeita, pois quem ama não impõe sua autoridade (Cristo/marido).
Nesta relação há papéis e responsabilidades definidas, de modo que uma parte (membro) não deve se sobrepor nem se desvalorizar em relação às demais. Cada um recebeu pelo menos um dom para cooperar com a edificação (ver 1 Pe 4.10). Quando cada um assume suas responsabilidades e respeita os outros, a caminhada se torna mais leve e edificante, tornando-se um testemunho vivo para os que estão de fora (ver At 2.47).
O “misterioso” dilema entre o ideal e o real. O relacionamento entre marido e mulher é cercado de ideais e desafios, envolto em certa dose de paixão e atração. É comum cada uma das partes desenvolverem certas expectativas em relação às outras. No entanto, com o passar do tempo percebe-se que muitos dos ideais estabelecidos, sucumbem ante a realidade da caminhada. O fato, é que há um enorme abismo entre o ideal e o real, mas ambos caminham de mãos dadas em qualquer relação; seja no casamento ou na vivencia como igreja.
Temos um ideal de amor pelo o Senhor e uns pelos outros, mas nem sempre alcançamos o mesmo.
Objetivamos estar mais integrados e participativos na caminhada, todavia, há inúmeras questões diárias que nos impossibilitam.
Desejamos deixar as amarras religiosas (institucionais), mas frequentemente nos vemos presos a questões inimagináveis, como: tradições, ritos e “achismos”.
Muitas vezes somos como o marido que afirma amar a esposa, porém se contradiz com seu autoritarismo e insensibilidade ante questões do cotidiano ou como a esposa que se expõe por amor, mas não ama a ponto de se sujeitar (colocar-se sob a missão do marido).
Idealizamos a irmandade no convívio e no compartilhar, no entanto, nem sempre nos sensibilizamos diante de necessidades explicitas.
O ideal e o real fazem parte do cotidiano terreno, quer aceitemos ou não.
O “mistério” dos diferentes contextos. O casamento e a igreja unem pessoas e histórias distintas. Na ultima, podemos encontrar todas as classes, raças, culturas, formações, etc. O Corpo de Cristo é o centro da celebração das diferenças.
Isso se evidencia de maneira concreta nas peculiaridades de cada igreja (grupo). Ainda que se reúnam na mesma ou cidade ou bairro, é possível que cada um deles apresente características distintas. Este “mistério” pode manifestar-se por meio do estilo da reunião, da musica, da pratica dos dons e de muitas outras maneiras.
Os diversos contextos geram uma diversidade de manifestações do modo de ser igreja. Sendo assim, necessitamos de sensibilidade para aceitar os diferentes e suas diferenças.
Uma das maiores agressões ao verdadeiro espírito de comunidade é a tentativa de impor certos costumes e praticas com sendo aplicáveis a todos os contextos. Isso se trata de falta de entendimento a respeito do Corpo de Cristo e sua multiplicidade (ver 1 Co 12.12-31, Ef 4.11-16).
Devemos encarar o desafio de separar os princípios (mandamentos) divinos, das questões culturais, geográficas, históricas, gostos pessoais e tantas outras coisas. Os princípios divinos serão sempre imexíveis, as demais questões dependerão sempre do contexto.
Continuemos a caminhada envolta nestes e tantos outros “mistérios”. guardemos a fé, a esperança e o amor; discernindo e sendo discernidos na comunhão com o Senhor e com uns com os outros. Assim seremos aperfeiçoados segundo a vontade daquele que nos “escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Ef 1.4).
Riva

terça-feira, 22 de julho de 2014

Apresentação/Consagração de Crianças


Êxodo 13:2 NVI
“Consagre a mim todos os primogênitos. O primeiro filho israelita me pertence, não somente entre os homens, mas também entre os animais”.
Levítico 12:7-8 NVI
O sacerdote os oferecerá ao Senhor para fazer propiciação por ela, que ficará pura do fluxo do seu sangramento. Essa é a regulamentação para a mulher que der à luz um menino ou uma menina. Se ela não tiver recursos para oferecer um cordeiro, poderá trazer duas rolinhas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado. Assim o sacerdote fará propiciação por ela, e ela ficará pura”.
Lucas 2:22-24 NVI

Completando-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés, José e Maria o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor (como está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”).  e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do Senhor: “duas rolinhas ou dois pombinhos”.

Diante dos textos acima, fica evidente que o ritual evangélico de apresentação das crianças não passa de um formalismo legal da velha aliança, mantido por questões de ordem estrutural (manter a família ligada à denominação) e econômica (receber uma "gorda" oferta por se tratar de um momento tão especial na vida do casal/família).

Prova de que esse ritual não é Bíblico, portanto desnecessário, é o fato de que ele não atende ao objetivo pelo qual Deus o instituiu.

Somente os primogênitos, ou seja, os primeiros,  e somente do sexo masculino eram consagrados.  Ser consagrados significa que essas crianças eram destinadas, já ao nascerem, para servir no templo. Não ficariam junto de suas famílias, não seguiriam as profissões de seus pais ou antepassados. Eram dedicadas ao serviço do templo.

Então por que Jesus também foi apresentado/consagrado?

Ora, Jesus, nasceu em família de Judeus, sujeitos à Lei de Moisés.

Mas se olharmos a vida de Jesus, ele não serviu no templo. O exercício do seu ministério foi fora dos templos e contra os dominadores da sua época (doutores da lei e fariseus).
Após sua morte e ressurreição, dando-se a Si mesmo como cumprimento da velha aliança e estabelecendo uma nova, ficaram os princípios e morreram os rituais.

Os princípios percebemos pela vida e prática de alguém.  Já os rituais são externos e qualquer um pode pratica-los, mesmo sem estar entendendo e vivendo o princípio por detrás do rito.

Portanto, esse ritual de apresentação/consagração praticado por aí, não passa de manipulação, e de imputação de medo sobre as pessoas (se você não apresentar seu filho(a) no altar, fazendo uma oferta, ele(a) estará entregue a Satanás, dentre outras barbaridades).

Se você é Cristão, viva o princípio: quando seu filhinho nascer pegue-o você mesmo e sua esposa/família e irmãos de fé mais achegados, faça uma comunhão (almoço ou janta) e agradeça a Deus por essa tão grande bênção que é o seu filho(a). Faça isso de coração. 

E, principalmente, viva uma vida embasada nos princípios do Evangelho. Essa é a nossa maior ferramenta para oportunizar que nossos filhos sigam esse caminho, se assim for a vontade do Soberano Deus.

Paz e bem,

Oldair
(Timbó/SC)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre a Ceia


Lendo e ouvindo varias considerações sobre a prática da Ceia, me parece que esta é uma das questões mais comentadas entre os manos que optam por caminhar nas trilhas do evangelho simples. Diante disso, apresento algumas questões para a nossa reflexão e debate:

1. A meu ver, Jesus não instituiu nenhum tipo de cerimonial religioso. Ele apenas partiu o pão e compartilhou com os discípulos, afirmando ser símbolo do seu corpo. Do mesmo modo tomou o cálice (vinho), dizendo ser símbolo do seu sangue.

 2. Eles estava num ambiente informal (casa), assentados a mesa participando de uma refeição normal. Durante esta refeição ele tomou o pão e o vinho, de modo simples e natural, e assim compartilhou com seus discípulos. Sem fazer nenhum ritual.

 3. O pão e o vinho eram elementos comuns em qualquer refeição judaica. Alimentos comuns e conhecidos de todos. O pão e o vinho compartilhados já estavam sobre a mesa. Isto significa que não foram especialmente preparados para uma cerimônia, pois faziam parte da refeição (Temos aqui também o exemplo de 1 Co 11.17-34).

4. Jesus apenas disse que sempre que eles comessem (o pão) e bebessem (vinho), deveriam fazê-lo em sua memória (relembrando sua morte).

 5. Ele não estabeleceu dias para o partir do pão, nem quantas vezes na semana ou no mês. Apenas disse quem quando fizessem, deveriam fazê-lo em sua memória.

 6. Ele também não disse que tipo de pão deveria ser usado, nem se era vinho ou suco de uva.

 7. Em nenhum lugar das Escrituras encontramos algum tipo de formatação religiosa para a prática da Ceia.
 
* Penso que o que não podemos deixar de fazer é trazer a memória a morte de Cristo e seu significado para a nossa salvação. O demais: como fazer e quando fazer, cada igreja deve administrar conforme achar melhor.
 
* Ritualizar ou mistificar a Ceia, me parece vesti-la daquilo que Jesus não imaginou na sua caminhada com os discípulos.
 
* Me parece que ritualismo não combina com a proposta de uma caminhada simples no Evangelho de Jesus Cristo.
 
Riva